Doença de Parkinson: Muito Além do Tremor
O Parkinson é uma doença neurodegenerativa, crônica e progressiva, que afeta, no mundo, uma em cada 100 pessoas acima dos 60 anos. No Brasil, estima-se que aproximadamente 250 mil pessoas sofram com essa doença, muitas vezes ainda não diagnosticada.
A origem da doença de Parkinson ainda não é completamente compreendida. Sabe-se que, no Parkinson, existe uma deficiência na produção da dopamina, um neurotransmissor que auxilia na realização de movimentos do corpo. As causas conhecidas incluem alterações genéticas, traumatismo craniano, medicamentos e exposição a toxinas. Entretanto, em 75% dos casos não é possível identificar um fator desencadeante da doença.
O tremor típico em repouso, que lembra o ato de "contar moedas", é o sintoma mais conhecido da doença de Parkinson. Porém, além do tremor, outros sintomas frequentemente estão presentes: lentificação dos movimentos, rigidez nos membros, dificuldades na marcha e alteração na postura, ausência de expressão facial, diminuição acentuada no tamanho da caligrafia, perda do olfato, alterações cognitivas e depressão.
Os medicamentos disponíveis para tratamento do Parkinson permitem controlar os sintomas, mas não retardam a progressão da doença, que é lenta na maioria dos casos. Os pacientes com sintomas não controlados pela medicação, ou que apresentam efeitos colaterais intoleráveis, podem se beneficiar da estimulação cerebral profunda.
A estimulação cerebral é realizada através do implante de um aparelho de neuroestimulação (DBS), semelhante a um marca-passo cardíaco, que libera de forma precisa impulsos elétricos em regiões específicas do cérebro. A neuroestimulação produz uma melhora importante dos sintomas que antes eram tratados com uso de medicações, mas que deixaram de responder adequadamente devido à progressão da doença.
Até o presente momento, não existe cura para doença de Parkinson, e seus portadores podem conviver durante anos com os sintomas desse mal. Dessa forma, além do tratamento neurológico, é importante o apoio de uma equipe multidisciplinar composta por fisioterapeuta, fonoaudiólogo, enfermeiro, psicólogo e cuidadores. O tratamento ideal deve contemplar todos os aspectos da doença e oferecer ao paciente o máximo em qualidade de vida.