Neuromodulação para dor crônica
A neuromodulação é uma forma de tratamento que utiliza estímulos elétricos, magnéticos ou infusão de pequenas doses de medicações para alterar a função do sistema nervoso. Através da modulação de regiões específicas do cérebro ou da medula espinhal, é possível normalizar a função nervosa e, dessa forma, tratar diversos tipos de distúrbios neurológicos.
A reversibilidade é uma das grandes vantagens da neuromodulação. O tratamento é ajustável de acordo com a queixa do paciente, podendo ser retirado ou interrompido a qualquer momento, caso não haja resposta satisfatória.
Dor crônica é um termo utilizado para descrever dores persistentes, com duração superior a três ou seis meses, e de difícil controle. A dor crônica costuma ser de moderada a forte intensidade e descrita frequentemente como em queimação, ardor, pontada ou choque. Pacientes com dor crônica na coluna vertebral, dor relacionada ao câncer ou vítimas de traumatismos estão entre os principais candidatos a neuromodulação.
Para o tratamento da dor crônica, as principais técnicas de neuromodulação utilizadas são: a estimulação medular, o implante de bomba de infusão de fármacos, a rizotomia por radiofrequência, a estimulação do córtex motor e a estimulação magnética transcraniana.
A estimulação medular é uma técnica minimamente invasiva, que envolve o implante de um eletrodo sobre a medula espinhal, sendo também conhecido como "marca-passo da dor". Ela age através da liberação de impulsos elétricos que bloqueiam a transmissão da dor na medula espinhal. Quando necessário, o estímulo pode ser ajustado no próprio consultório médico, através de um aparelho sem fio colocado sobre a pele do paciente. Essa técnica é segura, bem tolerada, e já foi utilizada em milhares de pacientes em todo o mundo.
Alguns tipos de dor crônica podem ser totalmente incapacitantes, causando sofrimento físico e emocional. O componente emocional da dor está frequentemente associado a transtornos de ansiedade, estresse e depressão, criando um ciclo vicioso que piora ainda mais a dor. Dessa forma, para ser efetivo, o tratamento deve abordar também o aspecto psicológico do paciente, promovendo a saúde do corpo e da mente.